terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Apocalipse




O beijo acaba igual, não estranho o pecador,
A canção lembra o mendigo e o vagabundo,
O desejo é tudo, único, distante...perturbador,
Justiceiros escrevem a lenda do sacrifício,
Os sentidos perdem-se na noite sem vestígio.

Choramos sobre as pedras frias de outrora,
Perdemo-nos no labirinto da mesma insanidade,
As lâminas do demónio golpeiam vis lacaios,
Os hábitos ainda cobrem corpos de quem chora,
Como homens comuns, ou de outra santidade.

Da névoa os sinais do Apocalipse não tardam,
A lua testemunha o uivar dos meus lobos feridos,
De morte...as grutas negras encerram segredos,
Da sorte...malévola, que nos traz adormecidos,
Que nos levam as respostas e os nossos medos.

O destino e o mensageiro nascem neste Inferno,
Ambos são viajantes cegos, donos da certeza,
Famintos da loucura dos homens, sem piedade,
Amantes do vale das sombras e do fogo eterno,
Gentis chacais, feiticeiros da nossa leviandade.

Agora nada conta, o mundo desfaz-se...disperso,
Os gentios ajoelham as preces, perdoam profetas,
Perde-se a fé na condição humana...no universo,
As estrelas testemunham as súplicas inocentes,
Pedem-se ventres perdidos a as chamas perfeitas.



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