segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um último adeus...





Estou ainda por aqui,
Sem perceber o que faço,
Sem saber se chego ao fim,
Sem um rosto, sem um traço.
Podia esperar por ti,
Mas a vida continua,
A minha tem pressa de mim,
Enquanto tu esperas pela tua.

Fez-me falta a minha ilusão,
Como aquele teu momento,
De perdoar sem haver perdão,
Do teu amor sem sentimento.
Este é um último adeus,
Por querer um adeus perdido,
Nos impossíveis sonhos meus,
De não ter teu sonho existido.

Não encontro o silêncio do nosso olhar,
Nem te encontro mais a ti por chorar,
Tenho raiva de nunca mais te querer,
E a condenação de nunca te entender.

A manhã foi apenas um favor,
Na pressa de não nos querer,
Era  doce o sorriso da dor,
Era a lágrima sem eu saber.
A tua pele tatuada de amor,
Escondeu a tua única verdade,
Aquela que te amarga o sabor,
De um beijo não saber a saudade.

Podias ensinar-me a ouvir,
Se teus lábios se abrissem,
Podias ser a verdade e sorrir,
Se quisesses que te ouvissem.

Não vou estar para te dar mais a mão,
Se teimas em cair e não querer viver,
Não vou pisar o teu sangue no chão,
Se acordas com a vontade de morrer.


JMC In Redenção


Vaguear

 

 

 

Enquanto vejo lá fora a chuva que teima em aqui cair,

Lembro-me como era antes de te conhecer, antes de sorrir,
Onde ficavam as minhas incertezas e o não te conhecer,
Esse tempo já faz parte do passado, não quero mais saber,
Algum dia tinhas de ficar ao meu lado, algum dia seria.


Vaguear, não o vou mais fazer, não vou sequer me lembrar,
Vou amar-te para sempre, contigo vou dar a volta ao mundo,
Dou graça por me teres encontrado, por eu ainda aqui estar,
Vaguear, não sei já o que isso é, não sou mais um vagabundo.


O tempo corre a nosso favor, incrivelmente assim tão devagar,
E eu vou dar-te aquilo que nunca te dei, assim por eu te amar.


Um conto ou um pequeno feitiço, algo assim aqui aconteceu,
As certezas agora sei que existem, são como dias de sol reais,
Agora quero-te como sempre te quis, agora ainda te quero mais.
Vou estar sempre aqui ao pé de ti, dar-te o que ninguém te deu.


Vaguear, fui por caminhos que não me levaram a lado nenhum,
Foste tu que me encontraste aqui, onde estava sem um sentido,
Dou Graça(s) por tu me teres acordado de um sonho perdido.
Vaguear, não quero nem saber, nós os dois sempre fomos um.


És tu que reinas agora nos meus sonhos, és tu quem eu sonho.
És tu quem não sai mais da minha vida, és tu quem eu amo.


Vaguear, não quero nem saber...


JMC In Redenção

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Cinzas




...Calei-vos na minha angústia,
E a inocência da minha compreensão,
Ficou calada no vosso julgamento.
Ajuizei-vos na minha má intenção,
Perdoei-me no meu eterno esquecimento.

A escuridão invadiu-me os sentidos,
Desencarcerei a justiça que me sobrou,
Sem procurar vingar a minha vontade,
Apenas calar quem já me amordaçou...
Revelando a vossa desesperada maldade.

Recomeço das vossas cinzas,
Da vossa sôfrega e negra melancolia,
Partirei, antes de me sentir miserável,
Encantado numa volátil brisa fugidia,
Deixando a vossa bonança improvável...


JMC In Contradição