quarta-feira, 9 de março de 2011

Pouco



Negras sombras de um sol inexistente,
No porquê desse constante perseguir,
Estrelas quietas num céu cintilante,
Lágrimas surdas,
Num rosto de corpo inerte, a fingir.

Nocturno e inútil sentimento,
Que me atrai sempre a lugar nenhum,
Como estrela que cai do firmamento,
Sendo a lua testemunha,
Deste meu lado negro que me é comum.

O gélido mar da minha solidão,
Onde fui e sou solitário navegante,
Onde me perco na sua vastidão,
Onde me encontro,
À deriva do meu ser inconstante.

À névoa grito sem me ouvir,
Perdendo o destino e o sentido,
Vagueio sem lugar para ir,
Distante de mim,
Como se morresse sem ter vivido.

Como se fosse impossível este meu estar,
Como se outro pudesse haver,
E não estando, como poderei ficar,
Nesta imensidão,
Não tendo existido, como posso morrer?



JMC In Punição

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