segunda-feira, 10 de janeiro de 2011




















Pesadelo


Seguiste uma luz qualquer
Só porque eras a escuridão.
E agora seguem-te a ti,
As ilusões que foram perdidas,
E os silêncios dessa perdição.

Nem te fica o ténue reflexo
Do que querias que fosse,
Deixas apenas na tua ferida,
As reticências sem nexo...
E a interrogação da despedida.

És asa de borboleta sem tempo
E a vida não te fica mais vazia,
Apenas está cheia de um nada.
Voltaste a ser a noite sombria,
Na mentira que esteve calada.

Vais sóbria de corpo em corpo,
E o teu ventre por fim vazio,
Tens a lágrima sem chorar,
Como és leito seco de um rio,
Que não soube onde desaguar.

Quiseste a tua criança ensinar,
Esquecendo de a aprenderes,
Tiveste a dúvida do começo,
Apostando a certeza, o acabar,
Sabendo a dor sem a sofreres.

JMC In Redenção

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