Pesadelo
Seguiste uma luz qualquer
Só porque eras a escuridão.
E agora seguem-te a ti,
As ilusões que foram perdidas,
E os silêncios dessa perdição.
Nem te fica o ténue reflexo
Do que querias que fosse,
Deixas apenas na tua ferida,
As reticências sem nexo...
E a interrogação da despedida.
És asa de borboleta sem tempo
E a vida não te fica mais vazia,
Apenas está cheia de um nada.
Voltaste a ser a noite sombria,
Na mentira que esteve calada.
Vais sóbria de corpo em corpo,
E o teu ventre por fim vazio,
Tens a lágrima sem chorar,
Como és leito seco de um rio,
Que não soube onde desaguar.
Quiseste a tua criança ensinar,
Esquecendo de a aprenderes,
Tiveste a dúvida do começo,
Apostando a certeza, o acabar,
Sabendo a dor sem a sofreres.
JMC In Redenção
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