sábado, 12 de março de 2011

O Beijo do Silêncio



Chegas traiçoeiro em teus lábios cerrados,
Beijas de olhos abertos em meu tormento,
Queres encerrar-me em meu abrigo maldito,
Abraças-me, e eu a ti, no frio, desinteressados,
Desterras-me na ausência onde me acorrento.

Silencias quem não nos quer ver calados,
Secas-me as lágrimas que quero de alegria,
Feres-me de morte nos receios infundados,
Queres-me sem sorte, ou mesmo sem preço,
Dás-me a vontade de me acabar neste dia.

Sabes que me posso perder no teu silêncio,
E que me posso encontrar na tua solidão,
És um beijo que eu sei que não mereço,
Parente de fantasmas que eu não conheço,
Filho de mãe que pariu um filho em vão.

Venço-te se a minha face eu não te oferecer,
Se lábios meus se abrirem quando acordar,
Se o desejo que eu trago nunca me perecer,
E se nunca aos teus lábios gélidos eu me chegar,
Se no beijo do teu silêncio eu jamais me perder.


Não me deixes perder no silêncio...


 JMC In Redenção




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