Sem perceber o que faço,
Sem saber se chego ao fim,
Sem um rosto, sem um traço.
Podia esperar por ti,
Mas a vida continua,
A minha tem pressa de mim,
Enquanto tu esperas pela tua.
Fez-me falta a minha ilusão,
Como aquele teu momento,
De perdoar sem haver perdão,
Do teu amor sem sentimento.
Este é um último adeus,
Por querer um adeus perdido,
Nos impossíveis sonhos meus,
De não ter teu sonho existido.
Não encontro o silêncio do nosso olhar,
Nem te encontro mais a ti por chorar,
Tenho raiva de nunca mais te querer,
E a condenação de nunca te entender.
A manhã foi apenas um favor,
Na pressa de não nos querer,
Era doce o sorriso da dor,
Era a lágrima sem eu saber.
A tua pele tatuada de amor,
Escondeu a tua única verdade,
Aquela que te amarga o sabor,
De um beijo não saber a saudade.
Podias ensinar-me a ouvir,
Se teus lábios se abrissem,
Podias ser a verdade e sorrir,
Se quisesses que te ouvissem.
Não vou estar para te dar mais a mão,
Se teimas em cair e não querer viver,
Não vou pisar o teu sangue no chão,
Se acordas com a vontade de morrer.
JMC In Redenção
José Miguel,
ResponderEliminarAtentamente, detalhadamente e, vagarosamente li o seu texto.
Sabe?! Palavras têm o cunho de quem as dialoga ou as redige. Versáteis, podem assemelhar-se a punhais aguçados ou reversamente a delicados cristais. Perfilhando a consciência do seu súbdito, por vezes, patenteiam-se mortais às vezes espelham-se em carícias de alma inolvidáveis.
Sobre o “Um último adeus” desejo que estas sejam impulsionadas pelo escritor e, não pelo homem que padece e, transmite de feição inumana e, impiedosa o sentimento expresso que assola o lado esquerdo do peito.
Ana